Fevereiro deve ter novos extremos de chuva no Brasil, mas que não ocorrerão nas áreas que mais estão em necessidade de chuva. A tendência é que os índices de precipitação fiquem acima ou muito acima em vários pontos do Brasil Central, especialmente entre o Centro-Oeste e o Sudeste do país, mas não se projeta um cenário de chuva superior aos padrões históricos de forma generalizada nestas regiões.
As cores claras (azul) indicam chuva acima da média, e em laranja chuva abaixo da média | Foto: Climatempo |
As projeções indicam chuva acima da média no Mato Grosso do Sul, São Paulo, maior parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. No Sul, chuva acima da média do Paraná à Metade Norte gaúcha com precipitações muito acima da média entre o Noroeste gaúcho e o Oeste do Paraná e o Sul do Mato Grosso do Sul. No Oeste e no Sul gaúcho, o indicativo é de precipitação abaixo da média.
Mapa do INMET prevê bons volumes de chuva para o Rio Grande do Sul, iniciando no dia 04/02/2022. Na foto, previsão para o dia 05/02/2022. |
A tendência é chover de forma mais regular e com volumes em diversos pontos acima da média entre o Mato Grosso do Sul e o Sudeste do Brasil, o que vai ter efeito no Paraná com acumulados mais altos, mas na nossa visão de Santa Catarina para o Rio Grande do Sul a chuva seguiria muito irregular. Os mapas abaixo mostram a tendência de anomalia de chuva semana a semana de fevereiro pelo modelo europeu.
Foto: MetSul |
O mesmo cenário se projeta para a Metade Norte gaúcha. No Nordeste gaúcho, em áreas mais a Leste da Serra e do Litoral Norte, os volumes de chuva poderiam ser maiores em relação às médias ao passo que no restante da Metade Norte haveria maior variabilidade com condição muito “manchada” em que um município termina o mês com chuva acima da normal histórica e outro próximo abaixo. No Sul, a irregularidade da chuva será ainda maior, especialmente à medida que se distancia da costa. É o que leva o Oeste gaúcho, a região de Uruguaiana, Itaqui, Alegrete e Quaraí, a ser a área com maior risco de déficit de precipitação no mês. Fevereiro é o terceiro e último mês do verão climático (DJF) e o penúltimo do verão astronômico, portanto naturalmente devem ser esperados dias de calor e alguns de intenso calor. Apesar disso, o cenário que se esboça indica um cenário muito melhor de temperatura para o Rio Grande do Sul que foi assolado por uma quinzena inteira de marcas extremas em janeiro.
Boas notícias!
Não haverá uma nova intensa e prolongada onda de calor e, ao contrário, vários dias de fevereiro devem ter marcas agradáveis no estado gaúcho. Com isso, o risco de tempestades severas que causaram tanta destruição em janeiro em algumas cidades diminui.
Os temporais não deixam de ocorrer e alguns podem ser isoladamente fortes a severos no Rio Grande do Sul, mas serão menos números que o visto durante a segunda fase da onda de calor de janeiro que foi mais úmida.
Assim, no caso do estado gaúcho, o mês de fevereiro não reserva o fim da estiagem que deixa quase 400 municípios em situação de emergência, mas pode trazer alívio em alguns pontos da Metade Norte. Chuva com maior frequência que janeiro, a despeito de irregular, contribuiria para a soja em diferentes localidades. No geral, a estiagem vai prosseguir e tende mesmo a se agravar, especialmente em pontos mais a Oeste do território gaúcho.
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Fonte/texto: MetSul
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