O território gaúcho está sob influência do que se denomina de domo ou cúpula de calor e que em Inglês é chamada de heat dome. O que é isso? O verão significa clima quente – às vezes perigosamente quente – e ondas de calor extremas se tornaram mais frequentes nas últimas décadas por conta das mudanças climáticas. Às vezes, o calor escaldante fica aprisionado no que é chamado de cúpula de calor.
Na quarta-feira, uma frente fria começa a ingressar no Rio Grande do Sul com instabilidade pelo Oeste e o Sul, mas diversas regiões gaúchas, especialmente a Metade Norte, além de Santa Catarina e o Paraná, vão estar sob uma condição pré-frontal com corrente de jato em baixos níveis da atmosfera trazendo ar quente e favorecendo intenso calor. Da tarde para a noite, chove em muitos pontos com risco de temporais. Na quinta-feira, a frente fria avança pelo Rio Grande do Sul e chega aos estados catarinense e paranaense com aumento de nuvens e chuva. Ao mesmo tempo, massa de ar mais frio começa a ingressar no território gaúcho com a sua parte mais intensa sobre o Atlântico, trazendo notável queda de temperatura. É o que explica que muitas cidades devam registrar máximas ao redor ou acima de 40ºC na tarde da quarta para 24 horas depois, na quinta, terem 27ºC ou 28ºC no mesmo horário.Foto: METSUL Foto: METSUL
Massa de ar frio no verão, diferentemente do inverno, não necessariamente se traduz em frio. O que costuma trazer é temperatura agradável e abaixo da média por alguns dias. A maior parte das cidades possui médias máximas em torno de 30ºC e 31ºC em janeiro, então como as máximas no final da semana vão ficar entre 26ºC e 29ºC em muitos municípios, a temperatura estará abaixo dos padrões históricos de janeiro. Algumas regiões, porém, tendem a ter marcas nos termômetros um pouco baixas à noite no final desta semana. Pode fazer até 14ºC ou 15ºC na Campanha e 13ºC em alguns pontos da Serra e dos Aparados. Porto Alegre e região metropolitana podem chegar a ter 18ºC ou 19ºC na madrugada no final da semana, o que não é frio, mas são quase 10ºC a menos do que se enfrentou na madrugada deste domingo. Sempre que vem uma mudança de temperatura tão radical como se antecipa e após um período de calor tão extremo surge o questionamento se a mudança não vai se dar com temporais muito fortes. A dúvida faz todo o sentido porque ar quente significa injeção de energia na atmosfera e a forma de o sistema atmosférico liberar tal energia é por chuva e temporais, assim quanto mais quente maior a geração de energia a ser liberada e maior o risco de tempo severo. Por isso, na passagem da frente fria entre quarta e quinta pelo Sul do Brasil podem ocorrer episódios de chuva localmente forte a torrencial com elevados volumes em curto período que podem gerar alagamentos, além de temporais isolados com risco de vendavais e granizo. O risco, entretanto, não se limitará à passagem da frente. Já antes, como vem acontecendo quase todos os dias, o calor deve trazer temporais localizados – que em alguns pontos podem ser fortes a severos – entre este domingo e a terça-feira, ainda sob o domínio da massa de ar muito quente na reta final da onda de calor.
Fonte/texto: METSUL (link aqui)
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